Travessia do Oceano Atlântico a remos - ler em português em http://travessiaoceanica.blogspot.com

Wednesday 17 April 2013

Suspenso / Suspended

A travessia do Atlântico encontra-se suspensa até mais notícias.
 
The Atlantic crossing of the Paraguaçú is now suspended until further notice.
 
 

Monday 15 April 2013

Dos sonhos ao 'massacre nadegal'!

Com o perdão dos leitores por algum eventual parágrafo que surja repetido, esta devia ter sido uma das primeiras crónicas (só depois dela se entenderia a referência ao Freud...)

Os sonhos intensificam-se um mês antes da partida: ilhas, baleias, ‘sereias’, e azul, azul, azul… muito azul! Algum stress sente-se nas semanas prévias à partida, ao tentar assegurar que todos os pormenores estão previstos, em ordem, e que não sobram para a ‘última hora’. A angústia do infinito sente-se nos dias e horas pré-partida, quando a ansiedade se transforma no formigueiro que revolve o esterno (a apreensão abrumadora das distâncias extremas e do desconhecido). Os primeiros dois dias no mar serão de apreensão, para conseguir afastar-me da costa e da rota dos grandes navios, para lá do meridiano de longitude 17º. A primeira noite será de exaustão (?) e dúvida entre o sentimento de ‘trabalho cumprido’ e o de ‘ainda podia avançar mais’. As segunda e terceira noites serão de estranheza, pelo afastamento da segurança de terra, e de adaptação à ‘casa’ no novo meio. Simultaneamente, os primeiros 10 dias serão de choque – o choque físico da adaptação do corpo a tamanho castigo de tantas horas a remar em ‘chão’ instável – e deixarão a sensação de que qualquer treino anterior pareça ter sido puro desperdício de tempo! O 15º dia poderá constituir um marco – duas semanas passadas, em 17 -, tal como o 21º dia – a referência do Reiki que diz que a partir desse dia tudo passará a simples rotina; além de que será sinal da aproximação a Cabo Verde. O 30º dia assinalará que um ¼ da viagem foi cumprido. A aproximação ao equador (latitude 0º) far-se-à próximo do 60º dia de viagem, assinalará a ‘metade’ da travessia e exigirá um tributo a Neptuno com a abertura de, pelo menos, uma cerveja para comemorar! As calmarias serão momentos especiais, bem-vindos, tal como o avistamento de peixes de grande porte, e constituirão justificação para ficar assinalados com um ‘z’, de momento zen (segundo o código estabelecido com o Amadeu para o protocolo de comunicação), na cabina do Paraguaçú.

Curto momento zen: http://youtu.be/ZJDAFheRF9Y

Aquela descrição era apenas uma previsão mas, premonitoriamente, anotei na minha agenda a 10 de fevereiro: “tal como na montanha o frio é o principal inimigo, o que te imobiliza, te faz rogar pragas e desejar o paraíso de sol e praia, no mar, possivelmente é o enjoo que adquire este papel”.

De facto, ao fim de uma semana no mar alto, enviei ao Amadeu a seguinte crónica: "Confirma-se a 'teoria' de que após os primeiros dias no mar, em especial se for a levar ‘tareia' e a vomitar, os treinos anteriores e o trabalho de 'engorda' parecem não ter servido de nada. É como recomeçar de zero. Agora, após pausa para reparações em Fuerteventura preparo-me para uma etapa de 40 dias". E, nos dias seguintes, após a paragem em Tarajal, enfatizei essa ideia com as seguintes palavras:
“Ao chegar a Tarfaya (Marrocos), o Motta disse que tenho «a melhor cama do mundo»: um colchão de água com quilómetros de espessura. A fossa abissal de Cabo Verde, na qual estou a entrar, atinge mais de 4.100 metros de profundidade. São milhões os metros cúbicos de água mas mesmo assim este colchão não me impede de sentir as dores lombares. Após o mar picado dos últimos dias já só posso discordar de tal afirmação: penso antes num chocalho dentro de uma máquina de lavar a roupa sobre o dorso de uma mula irrequieta (histérica!?) a trotar num caminho de cabras monte abaixo… e com o tipo do martelo hidráulico a trabalhar ao lado (o som do leme a bater no casco). Nesta semana conclui também que o 'massacre nadegal' (expressão do amigo Motta) não é apenas das nádegas mas também de trapézios, zona lombar, etc.”

(continua...)

Monday 8 April 2013

A luta dos 10 nós e o engano dos sentidos

Entretanto, a ‘luta dos 10 nós’ concentrava as minhas atenções: “dirigir o barco com ventos de 10 nós é uma luta injusta; a mais de 10 nós, é uma luta perdida! É próximo dos 10 nós que o vento se põe a uivar. Parece que vem a uivar lá de longe mas desconfio que apenas o faz quando atravessa a estrutura do barco. A partir desta velocidade o vento provoca ondulação. É outro mau agoiro: quando se forma rebentação na crista da onda escuto um ‘vvvsssshhhhhh’ e então é só contar "3, 2, 1" e… ‘bang’ - impacto na lateral do barco!”

Com este mar, “é mal-estar depois de mal-estar. Apenas há três posições possíveis a bordo: a remar (impossível de manter por muitas horas porque é necessário descansar, comer, repor…); deitado de boca para cima (o que é impossível de manter por muito tempo porque há que remar e porque me faz entrar em perigosa letargia); a vomitar (que não se pode manter por muito tempo porque é desconfortável e porque se acaba a última gota de bílis).”
 

Nesta semana... os ventos fortes foram a tónica dominante, e com eles as vagas alterosas. Isso levou-me a uma reflexão sobre 'O engano dos sentidos'. Cada ambiente potencia o equívoco de algum sentido em concreto: na travessia dos Andes o cansaço provocou-me um engano no sentido da visão (onde vi pessoas a pé eram luzes a quilómetros de distancia); no parque Denali (Alasca), traiu-me o sentido do olfato (o cheiro a carne grelhada no meio de um glaciar inóspito!? - referido no livro 'Horizonte Branco - reflexões da montanha'*); na autocaravana 'tropecei' no sentido cinestésico e... arrombei uma porta sem querer... Nesta semana, a bordo do Paraguaçu, o sentido da audição tem-me pregado as suas partidas: o vento a correr livremente no oceano e o seu choque como os cabos e estruturas metálicas da embarcação, produz todo o tipo de assobios e ruídos e, não raramente, dei comigo a pensar ter escutado a voz de crianças e estranhas melodias...
 

Tuesday 2 April 2013

'One shot'. Mais / more info & photos

One shot / um tiro
 
Os problemas técnicos referidos tiveram que ver com a perda de um dos GPS; a entrada recorrente de água em certos compartimentos, inutilizando algumas comidas empacotadas; as 'insuficiencias' do novo pantilhão amovivel (de repente tornado 'inamovivel'); a falta das peças supelentes outrora previstas...
A logistica, relativa ao apoio necessário para as aproximações a terra (e em terra), assumiu uma relevancia preponderante - a 'dôr de cabeça' de tentar organizar o que quer que seja uma vez em terra desconhecida pode chegar a ser superior à da própria navegação (nas vilas piscatórias de Arinaga e de Castillo, apesar das suas gentes de coração grande, os meios disponiveis eram parcos: não havia nem internet, nem pensões - e no primeiro dia fiquei 'locked out', com o barco a 100m da costa -, a mobilidade muito fraca; chegas fraco, roto, com má aparência...; perdi dois dias entre 'ferreterias' para encontrar um parafuso inox; imagino em C. Verde). 
Há uma coisa em que não estávamos interessados: transformar esta viagem na 'travessia do orçamento mais reduzido'! O objetivo seguramente também não é o de alimentar a 'sede de sangue' de alguns meios de comunicação... (embora, uns dias depois do suposto 'resgate', estivesse para chamar os mesmos meios sensacionalistas para avisar de que havia sangue de verdade: sofri um pequeno corte num dedo...!) Para aqueles que acharam (nos chats das Canárias) um desperdicio de recursos o envio de um barco patrulha, esclareço que os contribuintes sairam tão prejudicados (seguramente menos) como pelo facto de existirem hospitais, prisões ou parques infantis publicos que muitas outras pessoas não utilizam! Após dois dias de inatividade no porto del Rosário, o 'Salvamar Tália' foi enviado para a ilha de El Hierro - não para realizar qualquer operação especifica mas apenas para estar ali, e fugir do aborrecimento (saberão a distância a que está El Hierro de Puerto del Rosário?)
E porquê tentar,  mesmo assim?! Tinha a necessidade de tentar. De tentar nem que fosse um tiro pelo menos. Podia ter resultado bem à primeira. Não foi assim, mas sabia que tinha que tentar. E parti! O desfecho podia ser trágico (pouco frequente), ou podia correr pelo melhor (ainda que a lei de Murphy me acompanhe mais do que a sorte) - qualquer das duas alternativas era mais 'saudável' do que a que ilustrou a história do pai da miúda de Tromso (referência no livro 'Ensaio sobre a solidão' a 'The Drifters'), que nunca chegou a tentar realizar os seus planos, ou à de ficar no sofá...
 
E apesar de tudo isto, não obstante o adiantado da temporada, as questões de segurança também não são as que foram expressas por alguns seguidores nas redes sociais. Para uma capacidade de manobra tão reduzida e um periodo de exposição aos elementos naturais tão elevado, falar de 'segurança' é quase pura retórica!
 
 
 
Delfines, una presencia constante entre Fuerteventura y Gran Canária

 

Vista do centro da ilha...


O Paraguaçú veio lá do fundo e toda aquela costa foi por ele percorrida...


Mar de dunas de Maspalomas (sul de Gran Canária)


Crossing the desert...

Paisaje de Castillo del Romeral


Pescadora solitária em final de dia em Castillo del Romeral

Invadindo a casa de Mundito


Monday 1 April 2013

Paraguaçú pelos ares / Paraguaçú goes 'up & away'

português / español / english

Paraguaçú pelos ares...

O elevado grau de incerteza inerente à atividade foi ampliado por alguma desinformação e alarmismo relativos à meteorologia – a sul da Gran Canária os locais falam de ano atípico (tal como o anterior), com ventos fortes de direção irregular, para a época do ano, sem que os alíseos cheguem a estabilizar. Talvez as alterações climáticas sejam, precisamente, o fator que dificulta a progressão do Paraguaçú.

Para a decisão contribuíram ainda, de forma decisiva, os problemas técnicos (a detalhar no próximo texto); os problemas orçamentais (ultrapassado o orçamento definido) e de tempo disponível previsto; e a questão logística relativa ao apoio nas aproximações a terra (nas Canárias, inexistente; em Cabo Verde, indeterminado; no Brasil, previsto mas eventualmente insuficiente).

Tal como um acidente não se deve, normalmente, a uma única causa mas ao acumular de circunstâncias desfavoráveis, também a decisão tomada não se deve a um único motivo mas à soma de um conjunto de incidentes e condições potencialmente desastrosas. A decisão foi difícil e colocou em confronto um lado racional que quer prosseguir mas reconhece as limitações, e uma parte mais… visceral, que rejeita o enjoo.

A travessia fica assim ‘suspensa’ até que se reúnam condições suficientes para prosseguir.

Quanto aos objetivos da ação desenvolvida, nem tudo se perdeu. Bem pelo contrário:

- O alerta que pretendemos transmitir (a sustentabilidade e a necessidade de maior eficiência energética, o alerta para o excesso de consumo de energias de origem fóssil, a proteção da Amazónia e das florestas em geral) terá porventura beneficiado mais da exposição mediática resultante do episódio do ‘salvamento’ do que teria conseguido com a própria chegada ao Brasil. Esta sede de ‘sangue’ dos meios de comunicação (a agência espanhola de informação fabricou todo um contexto para difundir a ‘noticia’) reduziu-se quando esclarecemos que não houve um resgate – como quem diz “se não há sangue não me interessa divulgar” (fazendo lembrar a anedota das peixeiras do Bulhão a falar do filme ‘Os canhões de Navarone’)

- O Paraguaçú está bem posicionado para futura largada

- Obtive uma revelação inesperada, ao largo de Fuerteventura, que, junto com a informação e sensações recolhidas nos dias de navegação, me permitirá terminar o livro ‘Ensaio sobre a solidão’ (como anotei em dado momento, “em 3 dias vivi todo um leque de experiências que esperava viver em 3 meses…”

Ratifico os agradecimentos a todos os que apoiaram a logística do projeto – Marina de Lagos, CNL, Atelier Gráfico, Nautel, Nivalis, Victory Endurance, Windsurf Point, Paulo César Santos – aos que contribuíram financeiramente – Euritex, tia Luísa, Amélia H., Sónia B., João Correia…; ao pai, à Inês, ao João Pedro, ao Quico; a todos os que seguiram com interesse as notícias e expressaram o seu apoio e motivação; aos que me acompanharam até à largada em Marrocos e àqueles que torciam pela chegada ao Brasil; à gente estupenda e de grande coração da vila piscatória de Castillo del Romeral (Agu, Ramón, Mundito e restaurante Confradia de Pescadores). Para todos, e principalmente para a inexcedível equipa de apoio – Amadeu Garcia e J.C. Viegas – um ‘imenso’ abraço.
Z





Fotos: vientos fuertes impiden salida del Paraguaçú (que necesitava una cometa como aquella); muelle de Castillo del Romeral, y Pico de las Nieves al fondo; elevado para guardar en el solar de un amigo.

Paraguaçú por los aires...

El grado de incertidumbre de la actividad fue ampliado por alguna desinformación y alarmismo a respecto de la meteorología – al sur da Gran Canaria los locales hablan de año atípico (tal como el anterior), con vientos fuertes de dirección irregular, para la época del año, sin que los alisios llegaran a estabilizar. Puede que las alteraciones climáticas sean, justamente, el factor que dificulta la progresión del Paraguaçú.

Para la decisión final han contribuido aun, de forma decisiva, los problemas técnicos (más detalle en breve); los problemas presupuestarios (sobrepasado el presupuesto definido) y de tiempo disponible; la cuestión logística relativa al apoyo en las aproximaciones a tierra (en Canarias, inexistente; en Cabo Verde, indeterminado; en Brasil, previsto pero eventualmente insuficiente).

Tal como un accidente no se debe, normalmente, a una sola causa pero al acumular de circunstancias desfavorables, también la decisión tomada no se debe a un solo motivo pero a la suma de un conjunto de incidentes y condiciones potencialmente desastrosas. La decisión fue difícil y colocó en confronto un lado racional que quiere proseguir pero reconoce las limitaciones, y una parte más… visceral, que rechaza el mareo.

El cruce del Atlántico queda pues ‘interrumpido’ hasta que se junten condiciones suficientes para proseguir.

Respecto de los objetivos de la acción emprendida, ni todo se ha perdido. Todo al revés:

- El alerta que pretendimos transmitir (la sostenibilidad y la necesidad más eficiencia energética, el alerta para el exceso de consumo de energías de origen fósil, la protección de la Amazonia y de los bosques en general) habrá beneficiado más de la exposición mediática resultante del episodio del ‘salvamento’ que de lo que hubiera logrado con la propia llegada a Brasil. Esta sede de ‘sangre’ de los medios (la agencia española de información fabricó todo un contexto para difundir la ‘noticia’) se ha reducido cuando aclaramos que no hubo rescate – como quién dice “si no hay sangre no interesa divulgar”

- El Paraguaçú está bien posicionado para futura largada

- He tenido una revelación inesperada, cerca de Fuerteventura, que, junto con la información y sensaciones recogidas en los días de navegación, me permitirán terminar el libro ‘Ensayo sobre la soledad’ (como escribí: “en 3 días he vivido todo un abanico de experiencias que contaba vivir en 3 meses…”

Ratifico los agradecimientos a todos los que han apoyado la logística del proyecto – Marina de Lagos, CNL, Atelier Gráfico, Nautel, Nivalis, Victory Endurance, Windsurf Point, Paulo César Santos – a los que han contribuido financieramente – Euritex, tia Luísa, Amélia H., Sónia B., João Correia…; a mi padre, a Inês, a João Pedro, a Quico; a todos los que han seguido con interés las noticias y han expresado su apoyo y motivación; a los que me han acompañado hasta la salida, en Marruecos y a aquellos que esperaban la llegada en Brasil; a la gente estupenda y de grande corazón del pueblo de pescadores de Castillo del Romeral (Agu, Ramón, Mundito y restaurante Confradia de Pescadores). Para todos, y en especial para el equipo de apoyo – Amadeu Garcia y J.C. Viegas – un ‘inmenso’ abrazo.

José


Paraguaçú goes 'up and away'...

The high level of uncertainty of this activity was amplified by some misinformation and alarm regarding the weather forecast – in the south of Gran Canaries, locals talk about atypical year, with strong and irregular winds for this time of the year. Perhaps climate changing is, precisely, the factor that is creating difficulties to the progress of the Paraguaçú.

To the final decision have also contributed the technical problems, the limited budget and the restrictive available time, and the logistical issue regarding the support on arrival to the coast (at Canaries, inexistent; at Cape Verde, unconfirmed; at Brazil, eventually insufficient).

As to an accident there are, normally, several circumstances  that accumulate and contribute to the final result, also the decision taken here did not depend on one single factor but on the sum of a series of small incidents and conditions potentially disastrous. The decision was hard and confronted the rational side, wanting to proceed but recognizing the limitations…

The crossing stays ‘suspended’ until sufficient conditions are assured.

Regarding the goals of the action taken, not everything is lost. On the opposite:

- The alert that we wanted to transmit (sustainability and the need of a better energetic efficiency, the problem of the high consumption of energies based on fossil resources, the protection of the Amazon and all the forests in general) has eventually profited more from the media exposure due to the ‘rescue’ episode than what it would get from the arrival in Brazil itself! This thirst for ‘blood’ of the media was reduced once we explained that there was no rescue but a towing.

- Paraguaçú is well placed for a future departure

- I have lived an unexpected revelation, south of Fuerteventura, that will allow me, together with the information and sensations lived during the navigation, finish the book ‘Essay on loneliness’ (as I wrote “in 3 days I have lived the experiences I expected to live in 3 months…”)

Thanks again to all those that supported the logistics of this project – Marina de Lagos, CNL, Atelier Gráfico, Nautel, Nivalis, Victory Endurance, Windsurf Point, Paulo César Santos – to those who contributed financially - Euritex, ant Luísa, Amélia H., Sónia B., João Correia…; to dad, Inês, João Pedro, Quico; to those who followed the news with interest and expressed their support and motivation; to those who joined me to the departure point in Marocco and to those who were expecting me in Brazil; to the fishermen people with a big hart of Castillo del Romeral (Agu, Ramón, Mundito and Confradia de Pescadores). To all of them and especially to the support team – Amadeu Garcia and J.C. Viegas – a ‘huge’ hug.

Joe