Travessia do Oceano Atlântico a remos - ler em português em http://travessiaoceanica.blogspot.com

Monday, 24 November 2014

Planting trees to finish Paraguaçú´s project

Plantar árvores para finalizar um projeto:

O projeto Paraguaçú começou a tomar forma em 2007. Desde a aquisição do barco a remos, em 2011, passaram 4 anos de intenso envolvimento nas questões de logística, planeamento, preparação, execução e divulgação do projeto (sem falar em contatos, aquisições, viagens, suplicas, pragas, sustos, dificuldades, improvisações, remediações, alegrias, esforço, algum sofrimento e suficiente desconforto…).

Para além do desafio pessoal (o geográfico e o literário) e da homenagem aos navegadores quinhentistas e ao espirito pioneiro dos lusitanos de outrora, estava o alerta para a destruição da floresta em geral, e da Amazónia em particular.

Do ponto de vista do primeiro aspeto, creio ter feito o que me foi possível, com os meios de que dispus e nas circunstâncias com que me deparei (e recusei continuar ‘à doida’). Cometi alguns erros, mas fico com a certeza que poderia ter concluído a travessia não fossem as limitações logísticas e económicas - frente às quais uma simples estrutura de apoio teria sido suficiente. Comprovei, mais uma vez que, no nosso país, qualquer apoio oficial depende do envolvimento da pessoa certa, e os apoios privados só surgem após uma aturada atenção mediática ter sido obtida. O final, teve de tudo menos glória mas, 57 dias em solitário num oceano (1400 milhas percorridas) não deixam de reservar inúmeras surpresas e histórias de interesse. Pelo menos, o livro ‘Ensaio sobre a solidão’ está publicado.

Quanto à mensagem transmitida, o projeto chegou a, ou atraiu, um número relativamente reduzido de pessoas, mas a minha contribuição pessoal está feita e o final, simbolicamente muito importante, foi de ouro, com a plantação de vários carvalhos e medronheiros (árvores autóctones) numa área protegida da serra de Sintra, na companhia de familiares e amigos – este evento, que decorreu no dia 23 de Novembro de 2014, apoiado pela associação ‘Plantar uma árvore’, marca o final do projeto Paraguaçú.




Pelo caminho, e no intuito de contribuir para consciencializar a população, divulgámos inúmeros projetos ‘sustentáveis’; dados e artigos sobre matérias relacionadas com o ambiente, as alterações climáticas e as suas consequências para o planeta; páginas e sítios web de organizações (ONG’s) dedicadas a temas ambientais, e suas iniciativas (lista em baixo) …

A minha contribuição para este tema, no entanto, não terminou pois a proteção do ambiente faz parte de mim e, junto com o desporto, constituem um compromisso pessoal (equilíbrio entre bem-estar externo e interno). O novo paradigma do século para a humanidade, alguém já disse, é, desde há mais de 20 anos: “melhorar a qualidade de vida sem destruir o meio ambiente nessa tentativa”. O mundo já não necessita do ‘maior crescimento’ ou de um crescimento a qualquer preço, mas sim de um desenvolvimento sustentável. Defesa do ambiente e combate à pobreza constituem o mais importante desafio do nosso tempo, mas ainda há governantes que o preferem ignorar.

Agora é hora de avançar para novas iniciativas, mas não sem esquecer todos e cada um dos que estiveram comigo desde o início, e todos os que colaboraram e apoiaram nalgum momento os movimentos do ‘Paraguaçú’: a todos, mais uma vez, um muito obrigado!

Lista de entidades e artigos:



http://sustentabilidadenaoepalavraeaccao.blogspot.pt/2014/10/a-natureza-falar-oceano.html


















Saturday, 15 November 2014

If you can't... plant a tree!

Se não podes remar, veleja... Se não podes velejar... planta uma árvore!
Não podendo continuar a travessia à vela, o Paraguaçú une-se ao projeto 'Plantar uma árvore': http://www.plantarumaarvore.org/. Afinal, o principal propósito do projeto era/é a proteção da floresta.

If you can not row, sail... If you can not sail... plant a tree!
Not being able to keep sailing across the Atlantic, the Paraguaçu project unites efforts with 'Plantar uma árvore' project: http://www.plantarumaarvore.org/. After all, protecting the forest was the  purpose of the whole action.

A viagem à vela:
Parece que o meu limite geográfico se situa na latitude do Cabo Verde (linha que vai do cabo Verde no Senegal até ao sul das ilhas de Cabo Verde). Onde consigo chegar, no entanto, não é o mais importante. Quantas pessoas alteram a sua atitude no sentido de passar a contribuir para a proteção da floresta, talvez seja.
A curta viagem à vela (9 dias entre Tenerife e Mindelo mais um dia entre cada uma das ilhas de Cabo Verde) foi muito pouco divertida: a minha 'latitude limite' foi marcada por um Adamastor que soprou intensamente... não de fora mas desde dentro do barco.: era uma 'adamastora', e mandava-me cada tempestade!!! Uma pessoa desequilibrada e mesquinha, presente a bordo, pode marcar negativamente toda uma viagem e, justamente, havia uma que não estava nada interessada nas questões de defesa da floresta (dizia-se obsessiva com a comida, mas na verdade era pouco mais que isso). Enfim, de facto, foi um alívio abandonar aquela embarcação mal governada. O lado positivo de tudo foi a observação de tal carácter, que servirá para ilustrar um personagem do meu novo livro, a anunciar brevemente - ‘Conversas do além’.
O mais chato da viagem (depois de ter que aturar a pequena Adamastora): os turnos da noite a tentar manter o barco no rumo com o piloto manual (não havia carga nas baterias para utilizar o automático) e sem luz interior ou referências no exterior.
O mais difícil: saltar da cama durante a noite para ir fazer uma manobra nas velas, sem ter ainda os olhos bem abertos e focados.
A melhor parte foi mesmo calcorrear a ilha de Santo Antão;
 


a de São Vicente;
 




(Legenda: "S.O.S. De tanto poluir acabou o mundo")


a de São Nicolau;

(esta é, de todas, a foto que para mim melhor define Cabo Verde)

e a de Santiago:


(Eh! Proibida a cópia e reprodução destas fotos!!!)

Entretanto, aproveitei para vender o barco a remos Paraguaçú, em Santiago (no dia 12 de Novembro de 2014, a um australiano com vontade de realizar uma travessia dentro do Mediterrâneo), e assim amortizar os gastos do projeto que continuavam a crescer (descontroladamente, com o desfecho desta viagem à vela).

Para compensar a pegada de carbono da viagem de regresso de Cabo Verde em avião, deixei um envelope com o valor correspondente, a dobrar, no meu assento (13F)  do voo TP1532, uma vez que com a reserva via internet, ao perguntarem pela opção de pagamento e ao aceitarem que este fosse feito ao balcão do aeroporto local, negaram-me a possibilidade de contribuir para tal nível de poluição alegando que esta opção estava disponível apenas se tivesse efetuado o pagamento via cartão de crédito!!!


"O que Somos é o que Fazemos e o que Fazemos é o que o Ambiente nos faz Fazer" [John Watson].

Os meus respeitos a todos os seguidores do 'Paraguaçú': alguns fizeram-no assiduamente e não deixaram de me enviar mensagens de alento. O número de seguidores do projeto ficou aquém do esperado, e o resultado (externo) da ação não é demasiado animador. No entanto, plantar uma árvore em território nacional será um final de ouro para a despedida do projeto Paraguaçú, que tentou agitar consciências para alertar para o problema da desflorestação e poluição da Amazónia e da floresta em geral: esta ação terá lugar no dia 23 de Novembro em Sintra (10h00 na Peninha) - inscrições gratuitas em http://www.plantarumaarvore.org/inscricao-iniciativas.aspx.
Une-te à iniciativa, inscreve-te e participa.