O projeto Paraguaçú começou a tomar forma em 2007. Desde a aquisição do barco a remos, em 2011, passaram 4 anos de intenso envolvimento nas questões de logística, planeamento, preparação, execução e divulgação do projeto (sem falar em contatos, aquisições, viagens, suplicas, pragas, sustos, dificuldades, improvisações, remediações, alegrias, esforço, algum sofrimento e suficiente desconforto…).
Para além do desafio pessoal (o
geográfico e o literário) e da homenagem aos navegadores quinhentistas e ao
espirito pioneiro dos lusitanos de outrora, estava o alerta para a destruição da floresta em geral, e da Amazónia em
particular.
Do ponto de vista do primeiro
aspeto, creio ter feito o que me foi possível, com os meios de que dispus e nas
circunstâncias com que me deparei (e recusei continuar ‘à doida’). Cometi
alguns erros, mas fico com a certeza que poderia ter concluído a travessia não
fossem as limitações logísticas e económicas - frente às quais uma simples
estrutura de apoio teria sido suficiente. Comprovei, mais uma vez que, no nosso
país, qualquer apoio oficial depende do envolvimento da pessoa certa, e os
apoios privados só surgem após uma aturada atenção mediática ter sido obtida. O final,
teve de tudo menos glória mas, 57 dias em solitário num oceano (1400 milhas
percorridas) não deixam de reservar inúmeras surpresas e histórias de
interesse. Pelo menos, o livro ‘Ensaio sobre a solidão’ está publicado.
Quanto à mensagem transmitida, o
projeto chegou a, ou atraiu, um número relativamente reduzido de pessoas, mas a
minha contribuição pessoal está feita e o final, simbolicamente muito
importante, foi de ouro, com a plantação de vários carvalhos e medronheiros
(árvores autóctones) numa área protegida da serra de Sintra, na companhia de
familiares e amigos – este evento, que decorreu no dia 23 de Novembro de 2014, apoiado
pela associação ‘Plantar uma árvore’, marca o final do projeto Paraguaçú.
Pelo caminho, e no intuito de
contribuir para consciencializar a população, divulgámos inúmeros projetos
‘sustentáveis’; dados e artigos sobre matérias relacionadas com o ambiente, as
alterações climáticas e as suas consequências para o planeta; páginas e sítios web de organizações (ONG’s) dedicadas a temas
ambientais, e suas iniciativas (lista em baixo) …
A minha contribuição para este tema,
no entanto, não terminou pois a proteção do ambiente faz parte de mim e, junto
com o desporto, constituem um compromisso
pessoal (equilíbrio entre bem-estar externo e interno). O novo paradigma do
século para a humanidade, alguém já disse, é, desde há mais de 20 anos:
“melhorar a qualidade de vida sem destruir o meio ambiente nessa tentativa”. O
mundo já não necessita do ‘maior crescimento’ ou de um crescimento a qualquer
preço, mas sim de um desenvolvimento sustentável. Defesa do ambiente e combate
à pobreza constituem o mais importante desafio do nosso tempo, mas ainda há
governantes que o preferem ignorar.
Agora é hora de avançar para novas
iniciativas, mas não sem esquecer todos e cada um dos que estiveram comigo
desde o início, e todos os que colaboraram e apoiaram nalgum momento os movimentos do
‘Paraguaçú’: a todos, mais uma vez,
um muito obrigado!
Lista de entidades e artigos: